Dia 17 de Fevereiro - Dia do gato
Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não topa o gato. Ele
aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem
com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele
vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de
carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos
de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que
está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso,
quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de
afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de
confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento. O homem não
sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente,
o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode, ele que enfrenta a
própria solidão de maneira muito mais valente que nós. Nada diz, não reclama.
Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que "ele" não está ali.
Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou
fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca)
sabemos traduzir. O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com
fluídos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo,
alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado,
a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge
silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando
que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já
conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão,
remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de
que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas
inter-relações, infinitas, entre as coisas. O gato é uma lição diária de afeto
verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem
recolhimento, entrega, atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os
irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação quer afirmação. Vive do
verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a
bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato! Lição de sono e de
musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a
dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a
espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos os músculos, preparando-os
para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do
gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se
aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação,
tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico
de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo. Lição de
saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação
integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço
próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho
muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de
introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição
de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom
gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária,
silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências. O gato é
uma chance de interiorização e sabedoria, posta pelo mistério à disposição do
homem." O gato é um animal que tem muito quartzo na glândula pineal, é
portanto um transmutador de energia e um animal útil para cura, pois capta a
energia ruim do ambiente e transforma em energia boa, -- normalmente onde o
gato deita com frequência, significa que não tem boa energia-- caso o animal
comece a deitar em alguma parte de nosso corpo de forma insistente, é sinal de
que aquele órgão ou membro está doente ou prestes a adoecer, pois o bicho já
percebeu a energia ruim no referido órgão e então ele escolhe deitar nesta
parte do corpo para limpar a energia ruim que tem ali. Observe que do mesmo
jeito que o gato deita em determinado lugar, ele sai de repente, poi ele sente
que já limpou a energia do local e não precisa mais dele. O amor do gato pelo
dono é de desapego, pois enquanto precisa ele está por perto, quando não, ele
se a afasta. No Egito dos faraós, o gato era adorado na figura da deusa Bastet,
representada comumente com corpo de mulher e cabeça de gata. Esta bela deusa
era o símbolo da luz, do calor e da energia. Era também o símbolo da lua, e
acreditava-se que tinha o poder de fertilizar a terra e os homens, curar
doenças e conduzir as almas dos mortos. Nesta época, os gatos eram considerados
guardiões do outro mundo, e eram comuns em muitos amuletos. "O gato
imortal existe, em algum mundo intermediário entre a vida e a morte, observando
e esperando, passivo até o momento em que o espírito humano se torna livre.
Então, e somente então, ele irá liderar a alma até seu repouso final."
Lindo! Que Bast possa bendizer todos os lindos gatos!
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