domingo, 29 de dezembro de 2013

Você nunca saberá.

Se você soubesse a quantidade de coisas boas que eu sentia quando o seu cheiro e a sua mão estavam perto de mim. Era como se o mundo lá fora fosse um mero expectador da nossa vida aqui dentro. Lembra do nosso projeto de ontem? O agora. Viver - com tudo o que a gente podia - a inteireza do instante. Eu serenava ao teu lado.
Se você soubesse o que acontecia quando o seu sorriso olhava pra mim. Era como se todas as estrelas encontrassem a mesma sintonia do brilho. Era como se todas elas resolvessem iluminar o nosso caminho e abençoar essa "coisa" bonita que a gente sentia um pelo outro. Sei, é que os momentos mais bonitos dessa passagem que uns chamam de Vida e outros de Sobrevivência, era ao teu lado que eu estava. Sendo quem eu gostaria.
Se você soubesse os territórios que eu percorri, os excessos que eu enxuguei, as culpas que eu assumi. Se você soubesse as tempestades que eu desdobrei, as manhãs nubladas e os finais de tarde no mais profundo ócio que eu me encontrei. E me desconheci inteiramente por isso: pelas fraquezas que passei a conhecer em mim e pela forma absurda que você cresceu aqui dentro.
Se você soubesse os altos e baixos que passei, o quanto eu mudei, o quanto eu cresci mais mulher com a tua falta. Com as tuas ausências. Com os teus não-telefonemas, as tuas não-canções de amor, as tuas não-mensagens. E de como isso foi essencial para que eu chegasse aqui. Outra. Nova.
Se você soubesse o quanto eu transbordei ao escrever essas linhas. Mas você nunca saberá.


(Bibiana Benites)

Nenhum comentário:

Postar um comentário