Talvez hoje eu possa ser melhor que
ontem. Aqui dentro existe uma pessoa bem real, que gosta de viver com o coração
saltando pela boca, sempre. Que gosta de chorar com a alma limpa. Bato no peito
e grito que agora tudo é de aço, inquebrável. Porque sinto aquela vontade de
gritar. Que passou, que hoje sou assim, mais pedra que papelão. Já cai de
cabeça e quebrei tudo; hoje está tudo restaurado, sem neuras. E se precisar de mim, sem exigências habituais, eu posso
ser a mesma sem ser exatamente igual. Os mesmos olhos ainda brilham tanto.
Ainda fico sorrindo à toa e às vezes posso voar. (...)
(Ju Fuzetto)
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