Que eu não ande programada para
caminhar nos nevoeiros. Permita-me experimentar o novo, insistir nas
experiências, tentar e tentar, sem hesitação. Deixa-me olhar além do horizonte,
também para os lados, para trás, assim terei a certeza de que vou enxergar as
arestas, as curvas, às zonas periféricas. Quero ter a absoluta certeza de que
fui capaz de perceber todas as pessoas que se encontram nestes lugares. Não
quero me privar do amanhã. A oportunidade e a possibilidade podem estar
exatamente no dia seguinte. Não adotarei nenhum lema que me engesse a
identidade de ser e fazer de um jeito melhor. Nem quero passar impunemente pela
vida. Necessito viver tudo aquilo que tenho direito e se for pra ralar o
joelho, que eu tenha na sacola o remédio para curar os tropeções e raladuras.
Que a vida não me pegue desprevenida.
(Ita Portugal in "Trocando em Miúdos" II)
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