Que nenhuma lição seja repetida
por falta de aprendizagem. Sentir-me-ei confortável se souber que fui boa
aluna. Quero capturar a euforia, o entusiasmo pelo novo. Fazer todas as
tentativas. Completar o trajeto, fazendo a minha parte e dando o meu melhor.
Quero me importar comigo e com os outros e entender que fascinante é a
caminhada. Trocando em miúdos e traduzindo minhas vontades, se eu morrer agora,
que seja por ter vivido em demasia. E por falar em querer, eu quero mais é
quebrar tabus, arregaçar as mangas, abrir as portas e soltar todos os meus
vocábulos junto com o meu coração. Quero é dizer do que gosto, de quem gosto.
Repetir a dose, exagerar no gole, não fazer corpo mole e assumir meus
sentimentos. Quero que se dane a formalidade que me exige andar de salto
alto, corpo ereto, copos,talheres e pratos no mesmo alinhamento. Quero mesmo é
dar adeus a frescura que me deixa entalada na roupa de festa e me faz beber
vinho em pequenos goles, para não entornar. Que me exige dar risadinhas no
canto da boca e fazer poses para ficar bem na foto.
(Ita Portugal in "Trocando em miúdos" III)
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