sábado, 7 de dezembro de 2013

O que a gente leva dentro.


Ninguém sabe o que a gente leva dentro.
Até os mais próximos, os mais íntimos, os mais de tanto tempo. Eles também não sabem o que a gente leva dentro. E são tantas  coisas que nos acompanham. Tantos sentimentos, medos, desilusões, alegrias incontroláveis, tristezas profundas, suspiros, tantos, quantos.
Quantos somos dentro?
Podemos ser quem a gente quiser. Eu, ao menos, me visto de várias em um mesmo corpo. Sou tantas aqui. E todas querem se exibir em demasiado para a vida. Todas querem uma felicidade que não existe, apenas nos contos, nas fadas. Todas querem sorrir sem motivo. Sem lugar, desmedidamente. Todas querem um amor pra vida. Um moço que consiga lhes tirar os pés e a cabeça do lugar. Todas querem enxergar a sinceridade nas pessoas, elas querem acreditar no ser humano de novo. 
Podem saber da nossa história, do nosso passado, dos erros presentes, das crises presentes, das alegrias presentes, mas não do que trazemos dentro. Ninguém sabe o que somos dentro. Enxergam, escutam, opinam. Mas eles não sabem. Eles pouco - ou nada - sabem de nós.  Falar pode esvaziar alguma tristeza, sorrir pode nos proporcionar a possibilidade de compartilhar uma alegria, abraçar pode curar um coração partido, um orgulho ferido, um sentimento colocado no lugar errado.
As pessoas conhecem a nossa versão, o nosso lado, as nossas queixas, mas não a nossa essência. Pouca gente sabe como a gente convive por dentro, sente, e é. De verdade.
Apenas nós levamos na bagagem da vida a nossa melhor parte, e o nosso mais bonito lado: o de dentro.
 (Bibiana Benites)

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