Silêncio. As coisas
estão confusas aqui dentro. Uma saudade que dança, lembrança. Herança de um tempo feliz. É uma saudade que eu chamo de minha. E mesmo que eu saia sozinha, os sorrisos que fui ninguém vai me
tirar. É como se tivessem
sequestrado a parte mais bonita de mim e eu começasse do fim para entender o
meio. Eu não quero parecer
uma menina que caiu na rotina e perdeu a rima de se apaixonar. Eu prefiro
ser uma mulher que ainda decora poemas, na esperança de resolver seus
dilemas e depois se encontrar. Porque eu sinto, de um jeito ou de outro, que você
ainda vai voltar. Nem que seja para desembarcar e logo partir, florir em mim
mais uma vez. Fiquei com as
saudades que se acumularam na tua ausência, então tenha a demência de não mais
me deixar. Agora me diz: quanto tempo demora a tua hora de voltar? Não pense que isso é um lamento, na verdade eu sentia um afrouxamento e uma paz
sem igual, e talvez esse tenha sido o meu mal, o meu bem e eu fiquei refém de
tanto sentir ao teu lado, demasiado. Humano. Te reinvento na
minha memória, mesmo que a nossa história tenha a duração de um sorriso. Talvez
seja o fato de que ao teu lado eu amanhecia sem pressa, porque essa era a
promessa: me demorar no teu olhar, no teu sonhar, acompanhar o teu corpo quando
em mim ele fazia morada, e eu não queria mais nada. Agora me dá a tua mão e me diz que isso vai passar, e que logo eu
vou bordar, cirandar, estar ao teu lado de novo. Sendo feliz de novo. Me
diz, moço. Vem ser porto. Chega bonito, inteiro como sempre foi. E não esquece de trazer
os pássaros para cantarolar na minha janela. Passeia de mãos comigo, brinda comigo, me aquece
do frio que faz lá fora.
Não era amor, era um bem-querer recém-nascido.
Não era amor, era como se eu tivesse retornado de um lugar que eu nunca fui embora.
Não era amor, era um gostar mais que todos já visto até hoje.
Não era amor, era agridoce.
Não era amor, era vontade de ficar perto, sendo silêncio, barulho, não importava, bastava ser alguma coisa.
Não era amor, era lucidez, caminhar leve e músicas que falavam por nós.
Não era amor, era afeto macio, cheiro, presença.
Não era amor, era o reconhecimento imediato daquela outra alma que falava a mesma língua que a minha.
Não era amor, era invasão, urgência e delicadezas que se exibiam a todo instante.
Não era amor, era vinho, verso e música.
Não era amor, era sensibilidade aflorada.
Não era amor, eram sorrisos, zelo, soma.
Não era amor. Era melhor.
Não era amor, era como se eu tivesse retornado de um lugar que eu nunca fui embora.
Não era amor, era um gostar mais que todos já visto até hoje.
Não era amor, era agridoce.
Não era amor, era vontade de ficar perto, sendo silêncio, barulho, não importava, bastava ser alguma coisa.
Não era amor, era lucidez, caminhar leve e músicas que falavam por nós.
Não era amor, era afeto macio, cheiro, presença.
Não era amor, era o reconhecimento imediato daquela outra alma que falava a mesma língua que a minha.
Não era amor, era invasão, urgência e delicadezas que se exibiam a todo instante.
Não era amor, era vinho, verso e música.
Não era amor, era sensibilidade aflorada.
Não era amor, eram sorrisos, zelo, soma.
Não era amor. Era melhor.
(Bibiana Benites)
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