segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Seja bem-vindo, Ano-Novo.

Seja bem-vindo, Ano-Novo. Tente ser um ano magro, no sentido de leve, diáfano, onírico. Que seja um ano para se passar de pés descalços, espírito aberto, consciência limpa e sorriso licencioso. Não pese.
(Martha Medeiros)
Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez com outro número e outra vontade de acreditar que daqui para adiante vai ser diferente. Para você, desejo o sonho realizado. O amor esperado. A esperança renovada. Para você, desejo todas as cores desta vida. Todas as alegrias que puder sorrir, todas as músicas que puder emocionar. Para você neste novo ano, desejo que os amigos sejam mais cúmplices, que sua família esteja mais unida, que sua vida seja mais bem vivida. Gostaria de lhe desejar tantas coisas. Mas nada seria suficiente para repassar o que realmente desejo a você. Então, desejo apenas que você tenha muitos desejos. Desejos grandes e que eles possam te mover a cada minuto, rumo à sua felicidade! 

(Carlos Drummond Andrade)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Você nunca saberá.

Se você soubesse a quantidade de coisas boas que eu sentia quando o seu cheiro e a sua mão estavam perto de mim. Era como se o mundo lá fora fosse um mero expectador da nossa vida aqui dentro. Lembra do nosso projeto de ontem? O agora. Viver - com tudo o que a gente podia - a inteireza do instante. Eu serenava ao teu lado.
Se você soubesse o que acontecia quando o seu sorriso olhava pra mim. Era como se todas as estrelas encontrassem a mesma sintonia do brilho. Era como se todas elas resolvessem iluminar o nosso caminho e abençoar essa "coisa" bonita que a gente sentia um pelo outro. Sei, é que os momentos mais bonitos dessa passagem que uns chamam de Vida e outros de Sobrevivência, era ao teu lado que eu estava. Sendo quem eu gostaria.
Se você soubesse os territórios que eu percorri, os excessos que eu enxuguei, as culpas que eu assumi. Se você soubesse as tempestades que eu desdobrei, as manhãs nubladas e os finais de tarde no mais profundo ócio que eu me encontrei. E me desconheci inteiramente por isso: pelas fraquezas que passei a conhecer em mim e pela forma absurda que você cresceu aqui dentro.
Se você soubesse os altos e baixos que passei, o quanto eu mudei, o quanto eu cresci mais mulher com a tua falta. Com as tuas ausências. Com os teus não-telefonemas, as tuas não-canções de amor, as tuas não-mensagens. E de como isso foi essencial para que eu chegasse aqui. Outra. Nova.
Se você soubesse o quanto eu transbordei ao escrever essas linhas. Mas você nunca saberá.


(Bibiana Benites)

O extraordinário.

Eu não quero simplesmente estar com alguém. Eu quero mesmo, é o extraordinário desse alguém.

(Natália Eleutério)

Jardim sobrevivente.

Não, os jardins não morrem no inverno, (…) apenas sofrem um pouco mais fundo do que de costume. Coisas assim, eu penso e aprendo olhando meu jardim sobrevivente.

(Caio Fernando Abreu)

Se faz fazer sentido.

Já nos encontramos milhares de vezes neste momento em que o sono acaba e a vida começa. Já nos encontramos milhares de vezes neste momento e todos os dias a única coisa que queremos é que este olhar aconteça: ela a olhar-me e eu a olhá-la: e o mundo a fazer sentido. Se faz o mundo fazer sentido: então é amor.
(Pedro Chagas Freitas)

Tudo caminha para o esquecimento.

O esforço não vale. A febre de ter. Que hoje é tarde. E amanhã nem vai ver. A resposta chegar.


De alguma forma a bagunça toda ainda estava lá. Esperando alguém que pusesse as coisas em ordem. Mas não era qualquer alguém, era você e nós dois sabíamos que a esta altura isso era impossível. Cada um trilhou o seu caminho, cada vez a distância aumenta, fazendo do desencontro uma coisa normal. Tanto tempo, eu nem sei se eu lembro, do som da tua voz ou dos traços do teu rosto. 
(Guilherme Mello) 

Amor não segue tendência.

Eu vim de um lugar onde os amantes permanecem amantes, e eles se amam até o fim, eles amam, e amam uns aos outros. Eles não seguem nenhuma tendência, eles apenas não querem, eles apenas não se importam com isso.

(Lucas Silveira)

Me chamem de careta, de romântico, de antiquado ou os três juntos. Moderno é leite longa vida de meio litro, sensor de estacionamento, hambúrguer de microondas, internet wireless, asfalto feito com resíduo industrial, que servem pra suprir uma necessidade. Relacionamento aberto é dejeto do nosso convívio ególatra pseudo modernista e não funciona pra coisa nenhuma. Vai lá, como se coração tivesse saída para chip como telefone celular, onde você escolhe a companhia que deseja usar, contudo, a tecnologia do corpo humano estagnou no homo sapiens. Brega é calça boca-de-sino, andar de Maverick, fumar ou usar corrente de ouro, bigode e topete James Dean. Amor e vestidinho preto não saem da passarela. Amar e ser amado é que revoluciona a gente.


(Gabito Nunes) 

Como se ainda fosse possível.

Como uma fome, me dava. Mas uma fome de ver, não de comer. Sentava na sala toda arrumada, tapete escovado, cortinas lavadas, cestas de frutas, vasos de flores – acendia um cigarro e ficava mastigando com os olhos a beleza das coisas limpas, ordenadas, sem conseguir comer nada com a boca, faminto de ver. À medida que a casa ficava mais bonita, eu me tornava cada vez mais feio, mais magro, olheiras fundas, faces encovadas. Porque não conseguia dormir nem comer, à espera dele. Agora, agora vou ser feliz, pensava o tempo todo numa certeza histérica. Até que aquele cheiro de alecrim, de hortelã, começasse a ficar mais forte, para então, um dia, escorregar que nem brisa por baixo da porta e se instalar devagarzinho no corredor de entrada, no sofá da sala, no banheiro, na minha cama. Ele tinha chegado.
Esses ritmos, só descobri aos poucos. Mesmo o cheiro de hortelã e alecrim, descobri que era exatamente esse quando encontrei certas ervas numa barraca de feira. Meu coração disparou, imaginei que ele estivesse por perto. Fui seguindo o cheiro, até me curvar sobre o tabuleiro para perceber: eram dois maços verdes, a hortelã de folhinhas miúdas, o alecrim de hastes compridas com folhas que pareciam espinhos, mas não feriam. Perguntei o nome, o homem disse, eu não esqueci. Por pura vertigem, nos dias seguintes repetia quando sentia saudade: alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim hortelã alecrim.
Antes, antes ainda, o pressentimento de sua visita trazia unicamente ansiedade, taquicardias, aflição, unhas roídas. Não era bom. Eu não conseguia trabalhar, ir ao cinema, ler ou afundar em qualquer outra dessas ocupações banais que as pessoas como eu têm quando vivem. Só conseguia pensar em coisas bonitas para a casa, e em ficar bonito eu mesmo para encontrá-lo. A ansiedade era tanta que eu enfeiava, à medida que os dias passavam. E, quando ele enfim chegava, eu nunca tinha estado tão feio. Os dragões não perdoam a feiura. Menos ainda a daqueles que honram com sua rara visita.
Depois que ele vinha, o bonito da casa contrastando com o feio do meu corpo, tudo aos poucos começava a desabar. Feito dor, não alegria. Agora agora agora vou ser feliz, eu repetia: agora agora agora. E forçava os olhos pelos cantos de prata esverdeadas, luz fugidia, a ponta em seta de sua cauda pela fresta de alguma porta ou fumaça de suas narinas, sempre mau, e a fumaça, negra. Naqueles dias, enlouquecia cada vez mais, querendo agora já urgente ser feliz. Percebendo minha ânsia, ele tornava-se cada vez mais remoto. Ausentava-se, retirava-se, fingia partir. Rarefazia seu cheiro de ervas até que não passasse de uma suspeita verde no ar. Eu respirava mais fundo, perdia o fôlego no esforço de percebê-lo, dias após dia, enquanto flores e frutas apodreciam nos vasos, nos cestos, nos cantos. Aquelas mosquinhas negras miúdas esvoaçavam em volta delas, agourentas.
Tudo apodrecia mais e mais, sem que eu percebesse, doído do impossível que era tê-lo. Atento somente à minha dor, que apodrecia também, cheirava mal. Então algum dos vizinhos batia à porta para saber se eu tinha morrido e sim, eu queria dizer, estou apodrecendo lentamente, cheirando mal como as pessoas banais ou não, cheiram quando morrem, à espera de uma felicidade que não chega nunca.
Ele não compreenderia. Eu não compreendia, naqueles dias – você compreende?

(Caio Fernando Abreu)

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Mágico e justo.


Por que era mágico e justo se encontrarem.
 (Caio F. Abreu)


Há criaturas cujo destino é se conhecerem. Onde quer que estejam. 
Aonde quer que se dirijam. Um dia elas se encontram.

(Claudie Gallay)

domingo, 22 de dezembro de 2013

Saudade.

Toda saudade é uma espécie de velhice. Velhice não se mede pelos números do chronos; ela se mede por saudade. Saudade é o corpo brigando com o chronos. De novo o mesmo poema de Ricardo Reis: ele fala do deus atroz que os próprios filhos devora sempre. Chronos é o deus terrível que vai comendo a gente e as coisas que a gente ama. A saudade cresce no corpo no lugar onde chronos mordeu. É um testemunho da nossa condição de mutilados – um tipo de prótese que dói. Kairós mede a vida pelas pulsações do amor. O amor não suporta perder o que se amou.

(Rubem Alves in “O AMOR QUE ACENDE A LUA – Um caso de amor com a vida”)

Melhor amigo.

Teu melhor amigo, não importa o que te faça ou o quanto te magoe, só magoa tanto porque ele é teu melhor amigo. E ninguém é perfeito. Erros foram feitos para serem perdoados pelo melhor amigo; é isso que torna alguém oficialmente o melhor amigo.

(J. A. Redmerski in Entre o agora e o nunca)

Vocação.

Porque tenho sido tudo, e creio que minha verdadeira vocação é procurar o que valha a pena ser. 
(Monteiro Lobato)


Entenda que nem todos os dias são bons, e que talvez os dias ruins sirvam para nos tornamos melhor. Entenda que tudo tem seu tempo, que todo moinho tem seu vento. Os mesmos ventos que sopram e levam alguém para longe hoje, pode ser os que irão trazer alguém muito melhor amanhã. Não se escureça junto com os dias ruins, se ilumine com os bons e mantenha o brilho nas dificuldades. Renove-se, cada dia é uma oportunidade única para você ser quem e o que quiser da vida. Não deixe que matem seus sonhos, quando um sonho morre, vai-se com ele sempre uma de nossas partes mais lindas. Seja justo, não maltrate ninguém, talvez a regra mais básica da vida é que" NA VOLTA A DESCIDA VIRA SUBIDA". Procure ir sempre em frente, mas não se esqueça do que ficou pra trás, de alguma forma você nada mais é do que a junção de tudo que aprendeu no passado. Cultive a vida, a paz, o amor, os amigos, com o tempo você entenderá que o que você pode ter de mais valioso na vida, o dinheiro não pode comprar.
(Daniel Cajueiro)

sábado, 21 de dezembro de 2013

Viver é não saber.


— Mamãe, o que você tá fazendo?
— Tô rindo, filhota.
— Por quê?
— Não sei.

Assim, olhando a risada de sua mãe, a menina dos olhinhos de sol conheceu sem saber uma das sensações mais absolutas e definitivas da vida: com a surpresa de quem descobre que o caramujo carrega nas costas sua própria casa, que o tatu bola fica mesmo arredondado e as lesmas derretem feito monstros se chovermos uma nuvem de sal em suas costas, a menina se deu conta de que, quase sempre, nós não sabemos.

Ela não sabe por que motivo sua mãe está rindo sem saber por quê. Em seu pequeno pedaço de céu na Terra, a menina não sabe quantas horas dura o dia, quanto tempo de sol lhe resta para rolar na terra antes da noite, do banho, da janta, da cama. Ela não imagina o que significam as cotações de mercado, as altas e baixas da bolsa de valores. Não sabe a quantas andam o custo de vida, as alíquotas, os impostos, as mensalidades escolares. Ela não sabe nada, sua felicidade é completa, sem descontos e abatimentos na fonte.

Um dia, vai saber ainda menos sobre quanto durarão seus animais domésticos, suas plantas, seus amores e a bateria de seu celular. Ela não sabe, mas um dia, quando suas lembranças residirem em um monte de fotografias, mensagens antigas, lugares revisitados, objetos resgatados e imagens difusas, ela talvez se apanhe sorrindo só, como sua mãe, e também não saiba por quê.

A menina que hoje brinca com a comida e as próprias meias não sabe, mas ela sorri quando olha na claridade as partículas de poeira flutuando, brilhantes como estrelas caseiras, enquanto sua mãe passa uma vassoura na sala. Não sabe que a saudade corriqueira que tem do pai durante o dia é um sentimento que só vai aumentar com o tempo, o nariz e as orelhas de cada um. Ela não sabe que um dia vai ter saudade do que já foi, do que ainda é e até do que — quem sabe? — um dia poderá ser.

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Um dia o mundo há de acordar nas mãos de uma criança que dorme
Do amor, um dia ela não vai saber mais do que todas as suas dúvidas. Da dor, ela não vai saber por que dói e, sobretudo, por que continua doendo ou quando vai parar e quando vai doer de novo. Ela ainda não sabe, mas um dia os cretinos que vegetam por aí, pendurados em preconceitos e certezas patéticas, vão jogar areia em sua torta, vão gritar “vai, gordinha!” quando a virem pedalando sua bicicleta na subida, vão elogiar o sucesso de sua dieta em sua frente e execrar sua esqualidez em suas costas. Ela vai chorar, seus velhos pais irão lhe perguntar “por quê” e ela, afundada em certezas e convicções, vai responder “não sei”.
É claro que ela não sabe, mas um dia também ela será vil e desprezível. Vai machucar, vai fazer doer. E vai saber exatamente por que o faz. Mas dessas coisas é melhor não saber muito e ela vai esquecê-las lá dentro de uma gaveta discreta de seu coração, e vai jogar a chave fora.

Um dia, daqui a tantos anos, ela vai achar linda a história de amor de seus pais. E vai odiar os amores de seu irmão. Vai conhecer de perto e de longe tanta gente que, à noite, vez ou outra vai ser difícil dormir com tantos nomes e rostos lhe assaltando a lembrança no quarto escuro.

Ela vai caminhar ao lado, atrás, à frente de tantas pessoas quase sempre sem saber. Vai receber a mão de alguém, vai dar a mão a alguém e isso vai se repetir tantas vezes que, em quase todas elas, nenhum dos lados vai saber quem deu ajuda e quem a recebeu.

Porque a menina um dia vai acordar maior, mais bela e mais velha, com tantos senões, porquês, rugas e lembranças quanto o número de formigas trabalhadoras que caminham sob seus olhinhos apertados de curiosidade e amor. Nesse dia, rodeada de cachorros, gatos e cabras e filhos, ela vai olhar o céu de manhã, respirar fundo e dizer “obrigado” baixinho.

Alguém da casa vai perguntar se ela já sabe o que terão no almoço, ela vai pensar no assunto. E assim, enquanto ainda não sabe, ela vai folhear sozinha o álbum de suas loucuras e vai se dar conta de que viver é não saber.

Mas isso será um dia, lá na frente do tempo. Hoje, aqui, a menina dos olhinhos de sol ainda não sabe, mas sua mãe espera, ainda também sem saber, um outro bebê. Em algum lugar depois das nuvens, uma criança espera para vir ao mundo, trazida àquela família que vive entre os cachorros e gatos e cabras e vacas da fazenda, no bico forte e seguro de uma cegonha prateada. Mas isso ainda ninguém sabe.

(Para Emma e Malte, Lavínia e Staffan)


sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Espero.



Espero alguém que me espere antes mesmo de saber que eu vou chegar.

(Bibiana Benites)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

O arrependimento.





Se ninguém souber que você se arrependeu, vão pensar que fez o que queria.

(Hugo Rodrigues)

Aqueles olhos.





(...) mas nada era tão acolhedor quanto aqueles olhos de café com leite, que em poucas horas me deram o que muitos corpos, com seus suores, curvas e saliências não puderam me dar.
 (Ju Fuzetto)

Um erro.

É possível que tudo que penso seja um erro, que eu é que não entendo da vida quanto imagino. Talvez eu esteja errada nas minhas certezas, quem sabe? O tempo nos conta vez ou outra rápido e às vezes em forma de lágrimas, onde nossos passos foram equivocados. Eu procuro seguir o caminho do coração, revelando meu amor pelas pessoas que amo. Não sou de guardar mágoas e nem rancor, sinto intensamente as coisas, as vezes raiva, mas muito, muito mais o amor. Observo às águas que serenas procuram a calma no leito do rio. Deixo as palavras apenas para que a minha alma diga mais alto, muito mais alto que rumo tomar.

(Denise Portes)

Basta.

Definitivamente você tem que dar um basta! Um basta pra esse seu medo de mergulhar de cabeça nas coisas que te faz feliz, um basta nessa má vontade de extravasar sorrisos, de distribuir gargalhadas. Deixa de lado esse status de que é preciso alguém pra te fazer sentir, pra te fazer você, pra te fazer viver. Descarta esse clichê que diz que 'ninguém é feliz sozinho'. Não vive feliz quem depende dos outros, quem não acredita na capacidade de se construir feliz, não vive feliz quem entrega os sentimentos de mão beijada pra qualquer um que aparece. Ei, você pode sim ser feliz sozinha, se amar sozinha, aliás essa é a fórmula, primeiro você aprende a se virar, depois você permite que alguém venha e te vire, mas com o seu controle. Você era feliz sozinha antes, lembra? Porque não pode continuar feliz agora? Não há motivos nem razões pra se fechar, o sol tá brilhando do lado de fora de sua janela, as flores estão exalando perfume, vai, corre, grite, sorria, gargalhe, dá um basta nessa tristeza e faz um convite definitivo pra sua felicidade. Lembre-se pra ser feliz não é preciso muito, é necessário quase nada, só vontade e coragem!
(Josseny Kenny)

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Como as coisas mudam.

Definitivamente, viver não é fácil. Como somos frágeis, meu Deus. E como as coisas mudam rápido. Não dá tempo para pensar, para juntar o que restou. Voltar atrás é impossível. Ah, essas impossibilidades da vida. Elas nos pregam peças e fazem lágrimas descerem pelo rosto afora. Ah, se pudéssemos mudar o passado para o presente ser totalmente transformado, renovado, remendado. Mas não. Não podemos retroceder, tampouco buscar os cacos e soldar tudo com cola resistente. O jeito é, vez por outra, olhar para trás com uma certa melancolia, uma dose de algum sentimento sem nome (...) E só nos resta esperar e torcer para que tudo fique, de alguma forma, bem. 
(Clarissa Corrêa)

É uma praga.

Eu vou lá, mato minha vontade, tomo um belo banho, volto independente e resolvida pra casa e acordo no dia seguinte morrendo de vontade de ganhar flores, receber ligações românticas e promessas eternas. É uma praga.
(Tati Bernardi)

Sem desmerecer os outros.




Ela me disse: (Ou eu ouvi assim)

"Sem desmerecer os outros tantos seres humanos belos por aí, mas acontece que cê tem aquele quê de ser perfeito, que eu sei que no fundo, no fundo você não é perfeito, mas olhando daqui é uma perfeição sem tamanho, entende? É óbvio que as pessoas bonitas e lindas vão continuar sendo bonitas e lindas e que ainda há barrigas semi irresistíveis pela cidade, queixos que suplicam por uma mordida minha e olhos capazes de me deixar nua se eu quisesse. Mas você, bem, você faz todas as cores serem cinzentas, todas as pessoas serem sem graça e, por mais que soe como egoísmo ou prisão, eu adoro a liberdade de ser só tua. Principalmente, aos domingos. E com você, todo dia é domingo'."

(Hugo Rodrigues)

Pense.

Pense antes de falar. Pense antes de agir. Pense se vale á pena. Pense nas possíveis conseqüências. Pensou? Pesou? Vale à pena? Atire-se. Arrisque-se, mas não se arrependa.

(Andréia Hermann)

Sobre elas.


Mulheres gostam de verdades. Mas não acreditarão fielmente de que teu celular estava sem bateria, de que teus amigos gostam dela ou de que tua ex-namorada não significa mais nada para você. Mulheres gostam de maquiagens sutis e cabelos bem lisos. Mulheres têm olhos angelicais e diabólicos. Ambos funcionarão com você. Ambos te levarão ao céu ou ao inferno. Mulheres são péssimas motoristas. Mas são ótimas condutoras. Mulheres que não bebem são boas. Já as que bebem são ótimas. Mulher anda como quem desfila. Como quem grita por aí tua tendência a ser miss quarteirão de todos os anos. Melhor do que perfume caro é cheiro de banho tomado. E, também, o cheiro da pele suada que empresta sua essência às camisolas mais leves. Melhor do que vestidos da moda são as nossas blusas sociais sortudas. Aquelas que por algum motivo foram esquecidas na segunda gaveta e agora faz parte do cabide principal feminino. Melhor do que cabelos alisados é rabo de cavalo ou fios inteiramente despenteados. Mulher deve dormir encolhida e acordar quase te expulsando da cama. Mulheres que xingam são mais atraentes. Mas não xingue como um ser depravado. Mulher tem que ter pudor para saber como não tê-lo nas horas certas. Mulher não precisa saber cozinhar. Mas cabem algumas tentativas frustradas. As bonitas que me desculpem, mas lindas são as mulheres inteligentes. Mulher tem que ser interessante. Mas nunca interesseira. Imperfeições são sempre bem-vindas. Uns centímetros a mais na cintura. Uns dedos dos pés assimétricos. Um nariz fino demais para teu gosto. E uma bunda pequena demais para os padrões brasileiros. Mulher tem que ter peito. E seios também. Mulher tem que se fantasiar de homem turrão, vez em quando. Mas nunca se esquecer de lacrimejar num filme bobo – mesmo que seja assistido pela décima oitava vez. Mulher tem que saber falar “Eu te amo” e “Eu quero transar”. Mulheres gostam de perfumes, ciúmes e gargalhadas. Mas odeiam cócegas. Cócegas a deixam vulneráveis. Mulheres gostam de toque, de voz ao pé do ouvido e de carinhos no lóbulo da orelha. Se uma mulher gosta de você, você estará lindo com tua camisa mais cara ou com tua jaqueta mais brega. Mulheres são mães e filhas. Mas nunca a trate como você se fosse seu pai. Mulheres gostam de igualdade. Mulheres são inocentes com aqueles pseudo-amigos que – no fundo, no fundo – querem roubar seus beijos. Não discuta. Nem tente ensiná-la a maldade que passeia pela cabeça de alguns meninos. Apenas aceite que a mulher que te acompanha é o sonho de consumo de vários outros por aí – nunca se esqueça disso. Essa é a lição mais importante que você tem que aprender. 

(Hugo Rodrigues)

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Ultrapassa as fronteiras.

Eu não quero fazer sentido, eu quero é ser feliz.
Eu não cheguei até aqui para provar isso ou aquilo a quem quer que seja. Eu vim para deixar uma marca. Forte. Deixar um sentimento. Bonito. Uma história. Doce. Eu sou a bruta-flor de Caetano. O avesso. Contrários de mim.
Eu gosto da intensidade das coisas, das pessoas, dos sentidos. Eu me encanto com pessoas que ainda se encantam com a vida. Que cantam com ela. Aprendi a dançar e a sorrir da mesma forma que aprendi a lutar por aquilo que quero. Por aquilo que é meu por merecimento. Seja por sorte, ou por destino. Tanto faz a ordem dos fatores. É. E ponto final.
O meu tempo é agora. As minhas vontades e os meus desejos não cabem dentro de mim, do que escrevo, da pessoa que o tempo me fez. Desassossego. Tudo em mim ultrapassa as fronteiras do entendimento, daquilo que é raso. Do café-com-açúcar. Do meio termo. São melodias, rimas, prosas e versos que tanto me fazem. Trans(bordar).
Estou do avesso, vivendo uma completa fase de inquietude poética. Eu busco incessantemente respostas. Eu quero as coisas para ontem, eu quero as pessoas mais inteiras. Eu as quero entregues.
E todo mundo se olha e fica com medo, receio. Aliás, ninguém se olha mais. Ninguém se sente mais. Tudo é tão intolerável hoje em dia. Pouca gente ama, e ninguém se emociona mais com as pequenezas.
Faz assim: deixa a lucidez de lado. Não hesite. Não defina. Mova. As linhas do tempo não perdoam.
(Bibiana Benites)

O tempo certo.


De uma coisa podemos ter certeza: De nada adianta querer apressar as coisas; tudo vem ao seu tempo, dentro do prazo que lhe foi previsto, mas a natureza humana não é muito paciente.Temos pressa em tudo, aí acontecem os atropelos do destino, aquela situação que você mesmo provoca por pura ansiedade de não aguardar o Tempo Certo. Mas alguém poderia dizer: Qual é esse tempo certo?
Bom, basta observar os sinais. Quando alguma coisa está para acontecer ou chegar até sua vida, pequenas manifestações do cotidiano, enviarão sinais indicando o caminho certo. Pode ser a palavra de um Amigo, um texto lido, uma observação qualquer; mas com certeza,o sincronismo se encarregará de colocar você no lugar certo, na hora certa, no momento certo, diante da situação ou da pessoa certa! Basta você acreditar que nada Acontece Por Acaso! E talvez seja por isso que você esteja agora lendo essas linhas. Tente observar melhor o que está a sua volta. Com certeza alguns desses sinais já estão por perto, e você nem os notou ainda.

Lembre-se que: O universo sempre conspira a seu favor, quando você possui um objetivo claro e uma disponibilidade de crescimento.
(Paulo Coelho)

sábado, 14 de dezembro de 2013

Eu aprendo todos os dias.


E você olha para o tempo como se ele sempre estivesse ali, mas ele não esteve.
Eu aprendi que os ponteiros do relógio não perdoam. O tempo passa ligeiramente, não importa com quem você esteja ou como você esteja. As pessoas entram e saem da sua vida numa velocidade absurda. E você tem que se acostumar com isso.
Eu aprendi que temos de se adaptar com o ritmo das coisas. Adotar um estilo de vida que condiz com a vida que você quer levar. Com as pessoas que quer ter perto. Que quer. Perto.
Eu aprendi que a gente tem que encontrar uma forma (menos dolorosa) de encarar as nossas crises, as nossas perdas, os desalinhos que cruzam a nossa estrada. E seguir. Sem culpa. Sem tristeza. Sem pena de si mesmo.
Eu aprendi que por mais que você ame muito alguém, essa pessoa vai se encarregar de te decepcionar algum dia. Algum mês. Por toda a vida.
Eu aprendi que as melhores respostas estão dentro de mim. Quando eu ouço atentamente o meu coração, eu consigo entender com mais clareza o que me aflige, o que me desmancha em sorrisos, o que me sensibiliza em afetos.
Eu aprendi mais sobre mim depois que me afastei de você. Depois que aprendi a sentir, por mim  mesma. A gostar por mim mesma. A ser por mim. Eu fui me descobrindo dia após dia. Sentimento após sentimento. Música após música. E eu fui me orgulhando tanto com a pessoa que o tempo foi criando. 
Eu aprendi que os valores, levados para o resto da vida, são ensinados ainda na infância.
Eu aprendi que as pessoas que você mais ama, são tomadas de você muito depressa. Antes mesmo da hora de você entender o que é perder alguém. E ter que seguir a vida mesmo assim.
Eu aprendi que erros passados não justificam erros futuros. Que se você errar no mesmo quesito duas, três, cinco vezes que for, o problema não está na sua falta de sorte, mas nas escolhas que você está fazendo. Nos sentimentos que você está envolvendo. Nas pessoas que você está dando o valor que não merecem.
Eu aprendi que dançar sem parar uma noite inteira, me deixa mais leve. Mais dona de mim. Mais segura para enfrentar a aspereza do mundo.
Eu aprendi que um abraço pode ter a mesma função de uma terapia. De dois em um mesmo sentir.
Eu aprendo tanto todos os dias. E não quero nunca me deixar de aprender.


 (Bibiana Benites)

Trocando em Miúdos (V)

Quero um dia maior para viver com vontade. Um coração mais largo para caber tanto amor. Quero viver, aventurando-me na ousadia de fazer um belíssimo espetáculo, sem nenhum script. Sem nenhum diretor que me exija tanta disciplina. Quero é suportar minhas loucuras e me completar com o resto de alegria possível. Por favor, não me fale de regras, técnicas, normas. Perdi essa aula por pura teimosia.

(Ita Portugal em "Trocando em Miúdos" V)

Autoconhecimento.

Porque falar a gente fala sobre tudo e sobre todos, o que mais temos é opinião. Mas autoconhecimento, mesmo, a gente ganha é através do enfrentamento, e não com especulações. 
(Martha Medeiros)

Aquele sonho.

Por não acreditar na finitude me perdia no absoluto infinito.

(Hilda Hislt)
A vida sabe ser surpreendente. Muitos sonhos começam a ser realizados em silêncio, sutilmente, e desabrocham quando menos esperamos. A qualquer momento pode acontecer aquele sonho. Aquele que faz tudo mudar.
(Ana Jácomo)

E ainda estará aqui.

Eu a conheço há mais tempo, dizia meu sorriso. É verdade, você esteve no aconchego dos braços dela, provou sua boca, sentiu seu calor, e isso é algo que nunca tive. Mas há uma parte dela que é só minha. Você não pode tocá-la, por mais que tente. E, depois que ela o deixar, ainda estarei aqui, fazendo-a rir. Com minha luz brilhando nela. E ainda estarei aqui muito depois de ela haver esquecido seu nome.

(Patrick Rothfuss in O nome do vento)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

A prece.

Que os anjos nos abram as portas que precisamos atravessar, e as que já não nos servem mais, 
ajudem-nos a fechar. 
(Rachel Carvalho)


Abra a janela, a porta e feche os olhos, agradeça.  A prece é um encontro que acontece quando nossa alma repousa no infinito de nós. Não grite aos céus implorando um sinal. A nossa hora de ser feliz nunca será a hora exata de tudo acontecer. Temos um tempo predestinado para sofrer as demoras, mas, uma hora ou outra, alguma coisa inédita acontece e você acorda por dentro.  Daí você recolhe as lágrimas num pote e rega o coração do seu próximo, lava as lamúrias dele e todas as suas insatisfações.  É isso, a gente tem que replicar o que de bom nos acomete.  Um dia a coisa mais bonita da sua vida vai acontecer e você não acreditará, mas abraçará com o peito o que de lindo Deus lhe serviu.  Então abra um sorriso, pisque pra realização.  Você pode ir além, agradeça e Amém! 


(Ju Fuzetto)

Tudo termina em mar.


A água já nasce com destino, 
pois mesmo que escolha seus caminhos,
tudo termina em mar. 

(Tiago Fabris Rendelli)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A recordação e o vento.

Nossas lembranças e os acontecimentos da nossa vida são coisas desorganizadas, gostaria de colocá-los em ordem e fechar essa porta, ou fazer o contrário para que eles ficassem conosco para sempre. (…) Mas as imagens são confusas e se misturam todas. Elas assombram como fantasmas, se misturam como convidados numa festa, com culpa e esperança, elas se juntam e vão embora. Elas se curvam e colidem, mesmo quando você ancora e a vela balança num lindo dia de setembro. Mesmo quando o barco balança levemente. No entanto, quando isso acontece, você percebe que tudo ainda está junto de você. Tudo. Você se lembra. A recordação e aquele vento são as coisas que empurram você para frente.

(Deb Caletti in Um Lugar para Ficar)

Vive feliz.

Movida pela fé. Cambaleia. Ao levantar, ora e agradece. Apaga o sonho e ascende uma estrela. O ano mais uma vez deixa sua marca no rebento das lembranças. Pensa no que pode ser doce. Guarda. Um sorriso quente que não se vê. Sintoniza uma estação de suspiro. Tem cheiro de azul dias assim. Coração chora mas não morre. Enquanto o destino brinca, vive feliz.

(Vanessa Leonardi)

Chegar com verdade.


E se não for pra chegar com verdade, nem se aproxime. Nem me solte de mim.

(Bibiana Benites)


Eu espero. Acho normal ter momentos assim na vida. Mas quando eu decido seguir, quem ficou pra trás tem trabalho dobrado para me acompanhar. Isso quando consegue. Indecisão, dúvida, tudo isso é comum. O que eu não posso, nunca, é viver esperando alguém se decidir o que fazer com a minha presença na vida dela.

(Gustavo Lacombe)