quarta-feira, 8 de maio de 2013

Choveu estrela.


Eu te ouvia respirar ao meu lado, enquanto lhe contava sobre constelações. Você ouvia, atento, minhas teorias sobre as conspirações do universo e aproveitei-me da situação para lhe falar das estrelas, as poucas que sabia. Seu braço arrepiava o meu, tamanha proximidade que estávamos. “Me toca!”, o pensamento pedia. Me toca, por favor, me toca. Meu pensamento se ungia destas palavras, queria que você pudesse ouvir meu sexto sentido, ou ao menos se atentasse para o brilho que surtia incandescente no meu olhar. Você parece tão doce perto de mim. Sou tão ácida e precipitada, queria logo lhe tascar um beijo na boca. Você se virou para mim, seu rosto à centímetros do meu, sorrindo e roubando todo o brilho das estrelas para irradiar teus dentes brancos. Havia um quê de ternura nos teus olhos castanhos que me incendiava inteira e eu segurei teu olhar, implorando para que lesse meus pensamentos. Eu te amava, rapaz, meu Deus como eu te amava! E você me leu, com todos os teus instintos e sentimentos, me leu com tamanha voracidade, que me engoliu inteira, como se meu corpo fosse uma maçã suculenta e madura, sem cuspir as sementes nem a casca, você me quis na tua boca, pele com pele, alma com corpo, sem pudores, nem limites. Em sôfrego êxtase, choveu estrela sobre a gente.

(Maria F. Probst e Ju Fuzetto)

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