És presença. E, mesmo quando és ausência, és muito mais do que saudade.
És vontade de ver de novo, de ver mais, de ver mais perto, ver melhor. E tocar,
de modo que, cada toque, eu tenha um pouco mais de ti em mim, para que não haja
mais ausência. Te encontrar virou apenas uma questão de fechar os olhos. Tenho
confundido ‘eu’ com ‘nós’. Mas essa confusão só me acontece porque eu tenho
certeza de tudo o que eu sinto. E o que eu sinto é o tal do amor. Aquele
surrado, mal falado, desacreditado e raro amor, que eu achava que não existia
mais. Pois existe. E arrebata, atropela, derruba, o violento surto de
felicidade causado pelo simples vislumbre do teu rosto…
(Caio Fernando Abreu)
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