Eu nunca quero ter certeza de tudo na vida. Acho que amar é isso. Saber
dar sem garantias. Sem exigir nada em troca. Arriscar, acreditando que vai dar
certo. Sem olhar pra trás e se arrepender porque deu errado ou porque não era
bem assim que você planejou. Acho que amar é incondicionalidade. Não ter prazo
de validade. Não sei nada sobre amar, mas desconfio que não tem nada a ver com
certezas.
(Brena Braz)
O amor assusta porque ao nascer já
anuncia: posso acabar. Pior: o amor do outro pode acabar. Ou nada disso: pode a
vida e o dia e as horas serem mais fortes que qualquer impulso, e o que era
um-mais-um torna-se um a um. E o que resta é cada um levando como pode o que
pulsa em si.
O amor é ter a perder.
Ou não ter nada. É tudo
e todo o medo e todos os perigos. Ou nada e paz. Ou nada.
O amor que nasce é
assustadoramente amor. O amor que segue sozinho é assustadoramente só. Não há
meio-termo porque o que o amor quer é coragem, o amor quer entrega, o amor
sempre quer. Nem sempre é harmonia, nem sempre delicadeza. Mas sempre amor. Até
não mais. E isso demora.
É maior que nós, o amor.
Faz sombra e assusta. Até que se veja dele o seu verdadeiro tamanho. A sombra
do amor assusta. Até que se entenda que ela é sombra e só.
O amor nos pede a
escolha: ser do tamanho do medo ou da coragem.
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