A
vida é provocação. Se um dia me grita que é curta, manda em seguida a mensagem
de que é preciso saber esperar. Avança e recua, oferece e retira, para nos
medir, não a força, mas a capacidade de brincar.
(...)
Não
importa o quão irritante isso tudo me pareça. Nada vai mudar o fato de que não
se toca o tempo com a mão. Não posso empurrá-lo ou puxá-lo, ele não vai nem
vem, não pode que lhe sejam.
Admito,
tenho pressa. Mas é pressa de chegar em casa e finalmente descansar. Pressa de
ter calma. Pressa e sempre inimiga. É que nessa correria feia, por mais vezes
me perco no caminho, sem conseguir chegar.
(...)
O
tempo, em seu ritmo criança, nos faz todo dia o mesmo convite a viver delicadas
repetições e, assim, sorver a essência sutil do que não é feito.
Espero
que eu, sempre tão rápida, não aprenda tarde demais.
(Cristiana
Guerra)
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