Que
eu saiba fazer os meus sonhos frutificarem a sua música. Que eu não me
especialize em desculpas que me desviem dos meus prazeres. Que eu consiga
derreter as grades de cera que me afastam da minha vontade. Que a cada manhã,
ao acordar, eu desperte um pouco mais para o que verdadeiramente me
interessa.(...)
Que
eu saiba as minhas asas, ainda que com medo. Que, ainda que com medo, eu
avance. Que eu não me encabule jamais por sentir ternura. Que eu me enamore com
a pureza das almas que vivem cada encontro com os tons mais contentes da sua
caixa de lápis de cor. Que o Deus que brinca em mim convide para brincar o Deus
que mora nas pessoas. Que eu tenha delicadeza para acolher aqueles que entrarem
na roda e sabedoria para abençoar aqueles que dela se retirarem.(...)
Que
as dificuldades que eu experimentar ao longo da jornada não me roubem a capacidade
de encanto. A coragem para me aproximar, um pouquinho mais a cada dia, da
realização de cada sonho que me move. A ideia
de que a vida possa somar no mundo, de alguma forma. A intenção de não
morrer como uma planta que engasgou e não disse a sua flor.
(Ana Jácomo)
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