E
só vamos em frente porque começam a acontecer urgências.
Meu
coração tá ferido de amar errado. De amar demais, de querer demais, de viver
demais. Amar, querer e viver tanto que tudo o mais em volta parece pouco. Seu
amor, comparado ao meu, é pouco. Muito pouco. Mas você não vê. Não vê, não
enxerga, não sente. Não sente porque não me faz sentir, não enxerga porque não
quer. A mulher louca que sempre fui por você, e que mesmo tão cheia de defeitos
sempre foi sua. Sempre fui só sua. Sempre quis ser só sua. Sempre te quis só
meu. E você, cego de orgulho bobo, surdo de estupidez, nunca notou. Nunca notou
que mulheres como eu não são fáceis de se ter; são como flores difíceis de
cultivar. Flores que você precisa sempre cuidar, mas que homens que gostam de
praticidade não conseguem. Homens que gostam das coisas simples. Eu não sou
simples, nunca fui. Mas sempre quis ser sua. Você, meu homem, é que não soube
cuidar. E nessa de cuidar, vou cuidar de
mim. De mim, do meu coração e dessa minha mania de amar demais, de querer demais,
de esperar demais. Dessa minha mania tão boba de amar errado. Seja feliz.
(Caio F. Abreu)
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