domingo, 7 de abril de 2013

o eterno.


Não tenho (quase) nada nas mãos. Talvez duas ou três vontades de criar o eterno, de falar do eterno, de amansar o eterno. Talvez um ou dois milímetros de nós margeando essas cicatrizes que ampliam as inocências - como se eu também nunca partisse de alguém, algum lugar, de mim, um dia. Como se eu não injetasse nesse sangue uma estrada descontínua feita pra durar só o instante. E eu também não me tenho mais: saí dos meus medos e fui morar nos fios distendidos, possíveis, delicados de seus pensamentos que, da minha miúda presença, só sabem do amor que ainda deixo escapar no silêncio, por um descuido (...).

(Priscila Rôde)

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