terça-feira, 18 de outubro de 2011

fechar meus olhos para ver-te.



É preciso que a saudade desenhe tuas linhas perfeitas,
teu perfil exato e que, apenas, levemente,
o vento das horas ponha um frêmito em teus cabelos...
É preciso que a tua ausência trescale sutilmente, no ar,
a trevo machucado, a folhas de alecrim desde há muito guardadas
não se sabe por quem nalgum móvel antigo...
Mas é preciso, também, que seja como abrir uma janela
e respirar-te, azul e luminosa, no ar.
É preciso a saudade para eu sentir como sinto - em mim - 
a presença misteriosa da vida...
Mas quando surges és tão outra e múltipla e imprevista
 que nunca te pareces com o teu retrato...
E eu tenho de fechar meus olhos para ver-te.

Nenhum comentário:

Postar um comentário