Que
o mar esteja sempre azul, que o céu seja farto de estrelas, que o vinho nunca
seja proibido, que o amor seja respeitado em todas as suas formas, que nossos
sentimentos não sejam em vão, que saibamos apreciar o belo, que percebamos o
ridículo das ideias estanques e inflexíveis, que leiamos muitos livros, que
escutemos muita música, que amemos de corpo e alma, que sejamos mais práticos
do que teóricos, mais fáceis do que difíceis, mais saudáveis do que
neurastênicos, e que não tenhamos tanto medo da palavra felicidade, que designa
apenas o conforto de estar onde se está, de ser o que se é e de não ter medo,
já que o medo infecciona a mente. Que nosso Deus, seja qual for, não nos
condene, não nos exija penitências, seja um amigo para todas as horas, sem
subtrair nossa inteligência, prazer e entrega às emoções que nos fazem sentir
plenos. A vida é um presente, e desfrutá-la com leveza, inteligência e
tolerância é a melhor forma de agradecer – aliás, a única.
(Martha Medeiros)
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