sexta-feira, 28 de março de 2014

Coração fora do peito.


Ora, pinhões! Eu nasci com o coração fora do peito. Queria que ele batesse ao ar livre, ao sol, à chuva. Queria que ele batesse livre, bem na vista de toda gente, dos homens, das moças. Queria que ele vivesse à luz, ao vento, que batesse descoberto, fora da prisão, da escuridão do peito. Que batesse como uma rosa que o vento balança.


(Rubem Braga)

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