E
ela não passava de uma mulher... inconstante e borboleta.
(Clarice
Lispector)
Gosto de
ser menina, a fantasia é minha revolta. Me visto de mulher pra enfrentar a
rotina, o disse-me-disse, os toques e os timbres. Gosto de gente que sabe
decifrar, que inala o personagem, que reluta, que quer saber mais... Não
entendo de gente azeda. Gosto de açúcar. Gosto de me esbaldar no sonho e não
tenho hora pra acordar. Ando vestida de realidade, mas pego carona no clichê “
Imaginação”. Sou solta, leve, camaleoa. Visto-me de céu. Faço-me de lua. E se quiser
me pintar de “vida”, claro, possuo uma, a minha. Então por favor, não faça
morada nas minhas adversidades, nem nos meus defeitos, pareço clara, mas sou
feita de noite. Costumo vestir o tempo, não tenho contrato com o atraso, quer correr? Corra. Eu tô lucrando. Nasci
com a sorte de ser apenas partida.
(Ju Fuzzeto)
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