segunda-feira, 14 de abril de 2014

Rapte-me.


Rapte-me, leve-me para algum lugar fora de mim. Pode ser a lua, o tártaro, cidades invisíveis, qualquer espaço depois do mapa. É preciso ter tanto e sempre para sonhar além dessas águas plúmbeas, para não se afogar diariamente no breu que meus olhos cavam na luz. Pois se repito infinitamente que tenho amor, pois se me comovo com crianças que tremem, pois se não tenho fome de nada e me flagelos pelas fomes alheias, o que falta para dar a exata medida de minha existência?

 (Tiago Fabris Rendelli)


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