segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Quando eu chorar.


E quando eu chorar será por saudade. Será pelas lembranças das poções antigas que me traziam o teu encontro. Quando eu chorar será pelo deserto que ficou. Será pelo escândalo de tua ausência. Pela sua displicência em não ter lido o último bilhete. Quando eu chorar, serei eu vertendo as indiferenças de tuas idas e nunca vindas. Será porque eu não soube falar, pedir, reclamar, dizer. Quando eu chorar, será compreensível. Não para os outros, mas para mim.
(Ita Portugal)

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