Sempre quis ser leve moço, sempre quis.
Muitas vezes pareço um balão que sobe sem rumo, esgotado por acomodar as
incertezas mundanas.
E dos caminhos que eu percorri, tentei carregar comigo só o que me trazia paz.
Em vão. Impossível passar por essa vida, sem alguns arranhões na alma. Impossível
querer ser pluma, sem esbarrar nas tolices que se esfumaçam por entre o céu e o
inferno de sentir muito. E sinto. Demasiadamente, em cada pedaço desse meu corpo que por tantas
vezes se estraçalha entre um amor e outro.
Aí eu vou seguindo assim. Colecionando saudade, e vontades envelhecidas,
esquecidas num cantinho qualquer de mim. E tento fugir de mim mesma na
esperança de diminuir um pouco o peso de ser eu. Não consigo. Arremesso o
passado de cima das nuvens, jogo cartas com os anjos, peço perdão por ser tão
egoísta, por ser dona de uma tonelada de inquietudes e divergências
sentimentais. Sou pesada demais, carrego nos meus pequenos ombros toda a
impaciência das linhas que doem, onde cada vírgula é um ontem ou nunca mais.
(Ju Fuzetto e Karla Tabalipa)
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