domingo, 11 de setembro de 2011

A moça que não era Capitu



Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não da pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte não da pra prever. Ou melhor até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva boias.
E se ela se afogar, se recupera.
Estranho é que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é? A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pra feridas antigas?
A moça...ela amou muito, ama, e amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso não?
Dar o seu melhor para curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe para trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
As vezes esse alguém aparece, outras vezes não.
E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça que não era Capitu, mas também tem olhos de ressaca, levanta-se e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário... Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no coração, na sua alma, na sua essência. E ama sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos outros vieram ao mundo.

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