sábado, 31 de dezembro de 2011

e sempre volta.



E você me olha com essa carinha banal de: "Me espera só mais um pouquinho", querendo me congelar enquanto você confere pela centésima vez, se não tem mesmo, nenhuma mulher melhor do que eu, e sempre volta.

(Tati Bernardi)

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012!


o ano também espera das pessoas.


se.



Se eu demorar, me espera. 
Se eu te enrolar, me empurra.
 Se eu te entregar, aceita. 
Se eu sussurrar, escuta. 
Se eu gaguejar, me entende. 
Se eu duvidar, me jura. 
Se eu for só tua, me tenha. 
Se eu me mostrar, me veja.
 Se eu te amar, me sinta. 
Se eu te tocar, se assanha. 
Se eu te olhar, sorria. 
Se eu te perder, me ganha. 
Se eu te pedi, me dá. 
Se eu chorar, me anima,
mas se eu sorrir, é por você.

(Ana Jácomo)

o que penso do que ouço.



Não é por mal que eu penso certas coisas, é mais por espanto. É que fico horrorizada com o que penso do que ouço. É que eu não fui criada para acreditar em qualquer coisa que não carregue em si certa ternura.

(Ziris Zidna Nunes)

ano novo.



Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, 
remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


(Carlos Drummond de Andrade)

Então, que 2012 abra muitas portas e janelas da casa e da alma. que la dentro se encontre  paz, amor, saúde, alegrias, sucesso, bom humor, mais esperança e fé, mais afeto, mais carinho, mais lembranças boas, mais surpresas boas, mais liberdade, menos frescura, sem pressão nem formalidade. que a gente possa ser mais irmão e mais amigo, mais humano, mais simples, mais desejoso de ser e fazer feliz e cheios de amor no coração!

Com carinho, Rayana. 


pra ficar do meu lado.



“Pra ficar do meu lado tem que ser melhor que minha própria companhia.” 

(Tati Bernardi)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

despedida.


Toda despedida é dor... tão doce todavia, que eu te diria boa noite até que amanhecesse o dia.

(William Shakespeare)


terça-feira, 27 de dezembro de 2011

o amor merecido.



Você, como qualquer ser humano, 
 precisa de amor 
e como ser humano legal e especialíssimo,
 merece amor de uma pessoa bonita.

(Caio Fernando Abreu)
   

para o ano novo.



Escolada com relação aos resultados das listas de intenções que prepararei para um monte de anos, aqui e ali encontro alguma e acho graça, reduzi para uma única proposta o que pretendo tornar presente no ano novo: escolho a escolha, no tempo possível, distanciar-me do que me afasta de mim e aproximar-me mais do que realmente é deleite pro meu coração e é capaz de acender lume nos meus olhos. Coisas às vezes muito simples, mas todas capazes de fazer o entusiasmo florir e me lembrar com sentimento mais nítido da preciosidade da vida.

Na prática, não é uma intenção fácil de ser cumprida, eu sei. Exatamente por isso é a única.

(Ana Jácomo)

confesso.




Estou realmente cansada. Cansada e cansada de ser mar agitado, de ser tempestade… quero ser mar calmo. Preciso de segurança, de amor, de compreensão, de atenção, de alguém que sente comigo e fale: ‘Calma, eu estou com você e vou te proteger! Nós vamos ser fortes juntos, juntos, juntos.’ Confesso que preciso de sorrisos, abraços, chocolates, bons filmes, paciência e coisas desse tipo. Confesso, confesso, confesso. Confesso que agora só espero você.

(Caio Fernando Abreu)

sorrisos.


Alguns sorrisos recebidos na vida não foram feitos pra lembrar. Foram pra guardar, no coração.
(Vanessa Leonardi)


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

o veneno e o antídoto.



Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas. E tenho que ser serena para aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto.
(Martha Medeiros)

mesmo tendo juízo.



Mesmo tendo juízo não faço tudo certo.
Todo paraíso precisa um pouco de inferno.

 (Martha Medeiros)

suas cheganças.


Se você soubesse como gosto de suas cheganças, você
chegaria correndo todo dia.

(Chico Buarque)

gosto muito de você.



(...) escuro da barba malfeita, olho tudo isso que vejo e não tem outra magia além dessa, a de ser real, e vou dizendo lento, como quem tem medo de quebrar a rija perfeição das coisas, e vou dizendo leve, então, no teu ouvido duro, na tua alma fria, e vou dizendo louco, e vou dizendo longo sem pausa — gosto muito de você gosto muito de você gosto muito de você.

(Caio Fernando Abreu)

recordar.




Recordar: Do latim re-cordis,
voltar a passar pelo coração.


(Eduardo Galeano)

esses dois.



Mesmo depois de todas as vezes
em que estiveram juntos,
mesmo depois de tudo o que passaram,
mesmo depois daquilo que ficou no ar quando se
viram pela vez primeira,
mesmo depois de tantas esperas,
desencontros e encontros,
sorrisos e abraços mil... 
Ah! essa vida da gente... 
É que quando os olhos dela 
percebem a presença daqueles negros
e tão profundos olhos que ele carrega
naquele rosto,
sempre parece o início...
São os mesmos olhares...
Acontece aquela delicadeza do
encontro que marcou o início desse sentir
dessa doçura de querer o outro
como sendo a parte que faltava dentro e fora.
No peito. No coração deles.
Faltava... Agora não mais.
É essa ligação de almas
que traduz todas as canções
que falam de amor.
Ah! Esses dois.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

faço o que me cabe.



Eu sou capaz de me dizer, com amorosa humildade, que grande parte das vezes eu não sei o que é melhor pra mim. 
Eu não sei, mas Deus sabe. 
Eu não sei, mas minha alma sabe. 
Então, faço o que me cabe e entrego, mesmo quando, por força do hábito, eu ainda dê uma piscadinha pra Deus e lhe diga: 
"Tomara que as nossas vontades coincidam e se não coincidirem, que a sua prevaleça." 

(Caio Fernando Abreu)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Mantra



Quando não tiver mais nada
Nem chão, nem escada
Escudo ou espada
O seu coração
Acordará!...
Quando estiver com tudo
Lã, cetim, veludo
Espada e escudo
Sua consciência
Adormecerá!...
E acordará no mesmo lugar
Do ar até o arterial
No mesmo lar
No mesmo quintal
Da alma ao corpo material...

Quando não se têm mais nada
Não se perde nada
Escudo ou espada
Pode ser o que se for
Livre do temor...

Quando se acabou com tudo
Espada e escudo
Forma e conteúdo
Já então agora dá
Para dar amor...
Amor dará e receberá
Do ar, pulmão
Da lágrima, sal
Amor dará e receberá
Da luz, visão
Do tempo espiral...
Amor dará e receberá
Do braço, mão
Da boca, vogal
Amor dará e receberá
Da morte
O seu dia natal...
Aaadeeeus Dooooor.

Hare Krishna Hare Krishna
Krishna Krishna
Hare Hare
Hare Rama
Hare Rama
Rama Rama
Hare Hare 

sobre escrever.



às vezes escrevo. mas nunca gosto do que escrevo.
por isso é que sempre uso da escrita dos outros.
tento me encaixar no sentimento deles,
tento sentir aquilo que eles escrevem.
seria mais fácil se eu mesma escrevesse.
seria mais fácil se eu mesma sentisse.
mas… sei lá! quase nunca sai nada.
não sou explícita. não sei expressar direito.
mas ao mesmo tempo tudo transborda.
tudo aflora! tudo em mim quer me revelar. só não sei como.
sempre acabo com papéis rabiscados, amassados
e arremessados na primeira lata de lixo que encontro.
talvez um dia eu consiga escrever.
talvez isso. talvez aquilo. só talvez. sempre talvez.

(Juliane Garcia)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

ainda há muitas histórias.




São livros (mas podem ser canções, filmes, quadros, peças e, antigamente, até pessoas) que você ama tanto que quer ficar morando dentro dele, dela. Quer ver toda hora. Absorve o jeito do outro, e esse jeito absorvido da coisa pela qual você está apaixonado, você fica aplicando no cotidiano, feito você fosse aquela própria coisa apaixonante. Que nos tira de nós, alarga (...) Você lê e sofre. Você lê e ri. Você lê e engasga. Você lê e tem arrepíos. Você lê, e a sua vida vai-se misturando no que está sendo lido (...) Tudo isso só me prova que minhas paixões são semelhantes. Amo tudo que afunda a cara na lama da vida crua e consegue arrancar o belo desse mergulho (...) Depois abro Adélia Prado e leio: “a vida é tão bonita/ basta um beijo/ e a delicada engrenagem movimenta-se/ uma necessidade cósmica nos protege”. Depois durmo, certo de que ainda há muitas histórias para serem lidas, para serem escritas, para serem lembradas. Até para serem vividas, quem sabe?

(Caio Fernando Abreu)


calma, ele vai te encontrar.



Se você veste a camisa das casadas e anda meio aflita com a parca probabilidade de reviver um primeiro beijo, uma transa inicial cheia de suor e tremeliques, um primeiro encontro, toma tenência aí, seja mais solidária. Olhe em volta a carinha de suas amigas solteiras, tadinhas. Elas têm saudade mesmo é de um segundo encontro. Não tá fácil, poxa vida.

Agora, também calma aí se você joga nesse segundo time, das garotas que não suportam mais chorar em público ou na frente de ninguém após ouvir o problema não ser você, mas sim a transferência dele para a capital da Armênia, que ninguém sabe, ninguém viu, anunciada só ontem pela multinacional na qual o desalmado trabalha. As coisas não são assim, de uma hora pra outra. Se ele for esperto, vai te encontrar.

Você acha um cara lindo, faz amizade, toca em seu braço e seu cabelo tá de ressaca de tanto ser tremulado contra o vento pra dar bandeira. Pois é, ele só te acha bacana, menina inteligentíssima, sangue de primeira. Tem um outro que, além de um frio na planta do pé, provoca em você uma insana e impertinente vontade de esfregar cuecas estampadas de pé no tanque, desde que sejam dele. Mas ele nasceu com o pau torto e apontado pra qualquer mulher que não você. E tem aquele tipão rico, bonito, gentil e tudo a ver contigo, inclusive a paixão pelo Cristiano Ronaldo sem entender patavinas de futebol. E o outro, que prometeu ligar assim que um rolling stone tiver falência múltipla de órgãos. É dose, mas tenha paciência, ele tá procurando.

Enquanto isso vai se divertindo com os errados. Eu poderia dizer que o tal cara certo anda fazendo o mesmo, mas não é verdade. Ele tá é atrás de você, mulher de deus. Você e seus calcanhares gelados às quatro da manhã e não alguém com seus calcanhares gelados às quatro da manhã. Você e sua metralhadora de pequenos beijinhos em tempos de partida e chegada e não uma qualquer uma com igual metralhadora de pequenos beijinhos em tempos de partida e chegada. Sim você e suas coxas roliças, seu perfume ibérico, seu sorriso com os olhos, seus ombros pequenos, sua mania de caminhar de meia pela casa ou se depilar com o barbeador dele, dando sopa no banheiro. Não uma que tenha tudo isso. Você, com tudo isso.

Entende a diferença? Por isso tanto desencontro, tanta mea culpa esfarrapada, tanto ti-ti-ti e toda essa especulação amorosa de dar nó em operador da Bovespa. Mas as coisas são assim, criatura. Ele olha, acha que é, experimenta, carimba, não devolve as ligações e segue atrás de alguém que o amarre com inexplicáveis atributos. Dói? Ô, se dói. Mas tente escovar os dentes com um esfregão de aço e me conta. Não acredita? Faz o seguinte: ficaí quietinha, do trabalho pra balada e vice-versa, com todas aquelas colheradas de brigadeiro em cada pit-stop pra recarregar as esperanças.

Essa demora faz parte do processo, faz do amor que vier valer a pena e implodir a solidão. Veja por este ângulo: a espera se justifica por você ser tão especialzinha e única, feito uma flor bonita em encostas arenosas. Confia em mim, ele vai te encontrar. Mas siga sua intuição, não perca tempo e beleza com rapazes feitos para outras garotas. Só pelo andar da carruagem você já sabe quem vem dentro.

(Gabito Nunes)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

o mistério do outro.



E cada pessoa é um tal mistério infinito, inesgotável, insondável, que não é possível que nunca você possa dizer; eu a conheci, ou o conheci. No máximo você poderá dizer, fiz o possível, mas o mistério permanece um mistério. Na realidade quanto mais você conhece, mais misterioso o outro se torna. 

(Osho)

estou vivo.



Estou vivo.
Em movimento, andando por aí,
perdendo ou ganhando, (…)
tentando amar.

(Caio Fernando Abreu)

Guarde isso na memória.



O que eu realmente quero que você saiba é que não importa o tempo que passe, o que aconteça ou o que a vida nos ensine. Não interessa quem somos ou quem vamos nos tornar. O que vale é o que carregamos dentro de nós. E você, guarde isso na memória para todo o sempre, eu te carrego junto comigo todos os dias.
(Clarissa Corrêa)

minhas vontades.



Minhas vontades, sempre infinitas, passam muito rápido.

(Tati Bernardi)

domingo, 18 de dezembro de 2011

a outra parte.




"O fato é que isto acontece – continuou Wicca. – E quando as pessoas pensam em reencarnação, elas sempre se defrontam com uma pergunta muito difícil: se no começo existiam tão poucos seres humanos sobre a face da Terra, e hoje existem tantos, de onde vieram essas novas almas?
Brida estava com a respiração suspensa. Já fizera esta pergunta a si mesma muitas vezes.
– A resposta é simples – disse Wicca, depois de saborear por algum tempo a ansiedade da menina. – Em certas reencarnações, nós nos dividimos. Assim como os cristais e as estrelas, assim como as células e as plantas, também nossas almas se dividem.
“A nossa alma se transforma em duas, estas novas almas se transformam em outras duas, e assim, em algumas gerações, estamos espalhados por boa parte da Terra.”
– E só uma destas partes tem a consciência de quem é? – perguntou Brida. Ela guardava muitas perguntas, mas queria fazer uma de cada vez; esta lhe parecia a mais importante.
– Fazemos parte do que os alquimistas chamam de Anima Mundi, a Alma Mundi, a Alma do Mundo – disse Wicca, sem responder a Brida. – Na verdade, se a Anima Mundi fosse apenas se dividir, ela estaria crescendo, mas também ficando cada vez mais fraca. Por isso, assim como nos dividimos, também nos reencontramos. E este reencontro chama-se Amor. Porque quando uma alma se divide, ela sempre se divide numa parte masculina e numa parte feminina.
“Assim está explicado no livro do Gênesis: a alma de Adão dividiu-se, e Eva nasceu de dentro dele.”
Wicca parou, de repente, e ficou olhando o baralho espalhado sobre a mesa.
– São muitas cartas – continuou –, mas fazem parte do mesmo baralho. Para entendermos sua mensagem, precisamos de todas, todas são igualmente importantes. Assim também são as almas. Os seres humanos estão todos interligados, como as cartas deste baralho.
“Em cada vida temos uma misteriosa obrigação de reencontrar pelo menos uma dessas Outras Partes. O Amor Maior, que as separou, fica contente com o Amor que as torna a unir.”
E como posso saber que é a minha Outra Parte? – ela considerava esta pergunta como uma das mais importantes que fizera em toda a sua vida.
Wicca riu. Também já se perguntara a respeito disto, com a mesma ansiedade que aquela menina a sua frente. Era possível conhecer a Outra Parte pelo brilho nos olhos – assim, desde o início dos tempos, as pessoas reconheciam seu verdadeiro amor. A Tradição da Lua tinha um outro processo: um tipo de visão que mostrava um ponto luminoso acima do ombro esquerdo da Outra Parte. Mas ainda não ia contar isto para ela; talvez ela terminasse aprendendo a ver este ponto, talvez não. Em breve teria a resposta.
– Correndo riscos – disse para Brida. – Correndo o risco do fracasso, das decepções, das desilusões, mas nunca deixando de buscar o Amor. Quem não desistir da busca, vencerá.
 (...)
Somos responsáveis pela Terra inteira, porque não sabemos onde estão as Outras Partes que fomos desde o início dos tempos; se elas estiverem bem, também seremos felizes. Se estiverem mal, sofreremos, ainda que inconscientemente, uma parcela dessa dor. Mas, sobretudo, somos responsáveis por reunir de volta, pelo menos uma vez em cada encarnação, a Outra Parte que com certeza irá cruzar o nosso caminho. Mesmo que seja por instantes, apenas; porque esses instantes trazem um Amor tão intenso que justifica o resto de nossos dias.
Também podemos deixar que nossa Outra Parte siga adiante, sem aceitá-la, ou sequer percebê-la. Então precisaremos de mais uma encarnação para nos encontrar com ela.


“E por causa do nosso egoísmo, seremos condenados ao pior suplício que inventamos para nós mesmos: a solidão."

(Brida - Paulo Coelho)

Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita.



AQUELE que habita no esconderijo do Altíssimo, à sombra do Onipotente descansará.
Direi do SENHOR: Ele é o meu Deus, o meu refúgio, a minha fortaleza, e nele confiarei.
Porque ele te livrará do laço do passarinheiro, e da peste perniciosa.
Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.
Não terás medo do terror de noite nem da seta que voa de dia,
Nem da peste que anda na escuridão, nem da mortandade que assola ao meio-dia.
Mil cairão ao teu lado, e dez mil à tua direita, mas não chegará a ti.
Somente com os teus olhos contemplarás, e verás a recompensa dos ímpios.
Porque tu, ó SENHOR, és o meu refúgio. No Altíssimo fizeste a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda.
Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos.
Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu pé em pedra.
Pisarás o leão e a cobra; calcarás aos pés o filho do leão e a serpente.
Porquanto tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-lo-ei em retiro alto, porque conheceu o meu nome.
Ele me invocará, e eu lhe responderei; estarei com ele na angústia; dela o retirarei, e o glorificarei.
Fartá-lo-ei com longura de dias, e lhe mostrarei a minha salvação.

(Salmo 91)

teu silêncio.



Teu silêncio fez morada junto ao meu.
Companhia e Ausência num mesmo sentir.
Ponto de equilíbrio. Instante meu.  

Sinto saudades.
Nem imaginas... 
Daquelas de apertar o peito
e fazer o corpo doer.