quinta-feira, 21 de junho de 2012

O tempo não para.



“Ninguém entra num mesmo rio uma segunda vez. Pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já serão outras."
Foi um filósofo grego que viveu no século V aC, Heráclito de Éfeso, quem fez essa formulação que até hoje nos fascina: ‘o fluxo eterno das coisas, é a própria essência do mundo’, apontou Heráclito. 
E se ainda hoje ficamos espantados com isso é porque nos apegamos teimosamente ao que já passou, esperando no fundo que tudo permaneça igual. 
Então, é necessário um filósofo da antiguidade ou um escritor contemporâneo pra nos fazer entender que nada é permanente, a não ser a mudança. 
“O mais importante e bonito do mundo é isto, que as pessoas não são sempre iguais, ainda não foram terminadas, mas que elas vão sempre mudando, afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou…” 
trecho do ‘Grande Sertão’ onde o Guimarães Rosa, fala um pouco sobre isso.
Não é incrível? 
O filósofo flagra a fluidez e o escritor se maravilha com isso. 
“É o mais bonito da vida”, diz Guimarães Rosa. 
É uma celebração do movimento, não é um lamento. O tempo não pára. E isso é belo. 

(Personagem de Leonardo Medeiros, Lourenço, novela "A vida da Gente" – Autores: Lícia Manzo/Marcos Bernstein)

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