Livrai-nos do santos carrancudos, das almas penadas, dos zumbis desalmados e desamados, do inferno insano da razão. Livrai-nos de nós mesmos... Vista-nos de nudez e de sorrisos, console-nos com canções de brisa e embalos de mistério e banhos de transparência. Embriagai-nos de poesias, de profecias, de travessias, de travessuras. Ajudai-nos a nos lembrar de nós mesmos, pular para onde trilhamos e que jamais deixamos. Não nos poupe da maciez de flores, de espinhos justos, de ternura de vento e de vigor de cajado, de soluções e de cânticos irmanados. Que não tarde o repouso na tarefa cumprida, no juramento honrado, na escuridão incendiada, na inocência reconquistada, no amor eterno, Amém.
(Roberto Crema)
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