Só sei que ela escreve sobre silêncios
e fala sobre barulhos. Sente além do sentir, ama pra além mar, ri e chora
demasiadamente. Ela é o maior drama. Se faz de forte e, quando a dor aperta,
se encolhe na cama. É criança que corre na chuva, é moça que recita sonhos e
vive se fantasiando de imortal. Engole percalços, se atrapalha com
números e se sai tão bem quando se explica com o coração. É guerra no meio da
calmaria. É grito quando a alma cala. Ela é um verbo que não conjuga o futuro,
um palavrão que desnuda a mente, semente a germinar na seca. Ela é
estupidamente amada por todos, é protegida, emana energia, é luz que breca
qualquer escuridão. É aquela que te deixa sem jeito, sem ar. É ela, que brinca
de ventania e, volta e meia, te prende numa fé que nunca se desfaz.
(Ju Fuzetto)
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