segunda-feira, 13 de julho de 2015

Toda amplidão.


Um suspiro e o ar do mundo todo me pertence e cabe em mim uma desmesura de limites, um abarcar de firmamentos, uma envergadura de oceanos. Trago o cheiro de todas as marés que te lamberam os pés, de todas as luas que pratearam tua pele, de todos os sóis que teus olhos já viram. Sou eu e todas as mulheres, reinventada a cada instante maior, mais bela, mais ampla. Em mim cabem eu e todas as coisas porque eu me invento e desinvento cada vez que meus olhos piscam e enxergam um mundo vasto, mais vasto, mais vasto ainda. Há assombro e espanto nas pontas dos meus dedos e sorrio um estilhaçar de felicidade. Já não me pertenço, nem me oriento. Sou toda amplidão. 

(Ticcia)

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